Para Platão o corpo é o cárcere
da alma, sendo, portanto, o corpo obstáculo para a segunda navegação.
Enquanto o saber humano ocorrer através dos sentidos ele será
sempre opinão (doxa) que é um saber falso, uma ilusão
(as sombras da caverna), Platão diz que este saber é aduirido
na 1ª navegação, um barco movido pelo vendo que bate
nas velas. Abandonando-se as velas e os ventos, o homem faz a 2ª
navegação, adquire o saber verdadeiro com a própria
inteligência acessando o que é verdadeiro (Sócrates
do livro Críton fica na prisão porque ele sabe o que é
verdadeiro: o justo). O desejo é fruto de um corpo que quer realizar
suas sensações, portanto o desejo primariamente está
vinculado ao corpo. Mas, Platão usa o conceito desejo também
enquanto vontade de Sócrates de se dispor a ficar na prisão,
neste caso o termo vontade é uma decisão da alma. Isso mostra
a espontaneidade de Sócrates em sua decisão de permanecer
preso e de concordar com a pena a ele imputada. |