O
fenômeno é aquilo que aparece, é o efeito.
"1) diferentemente dos gregos, romanos e medievais (que
admitiam quatro causas — material, formal, eficiente ou motriz e
final), os modernos admitem apenas duas: a eficiente
(a causalidade propriamente dita como relação entre uma
causa e seu efeito direto) e a final, para os seres dotados de vontade
livre, pois esta sempre age tendo em vista fins (Deus e homens).
2) a causa eficiente exige que causa e efeito sejam de
mesma natureza, de sorte que causas corporais não podem produzir
efeitos anímicos e vice-versa.
3) o conceito de causa possui três sentidos simultâneos
e inseparáveis e não apenas um; esses três sentidos
simultâneos constituem a causalidade como princípio de plena
inteligibilidade do real:
a) a causa é algo real que produz um efeito real (causa e efeito
são entes, seres, coisas);
b) a causa é a razão que explica a essência e a existência
de alguma coisa, é sua explicação verdadeira e sua
inteligibilidade;
c) a causa é o nexo lógico que articula e vincula necessariamente
uma realidade a uma outra, tornando possível não só
sua existência, mas também seu conhecimento. Conhecer pela
causa é, pois, conhecer entes, razões e vínculos
necessários."
(Marilena Chaui)
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