PROVA DE FILOSOFIA - UFMG 2000 QUESTÃO 01 Analise
a figura. "O
sono da razão produz monstros."
Reprodução
de gravura de Francisco Goya, datada de 1797-98.
INTERPRETE
essa gravura e seu título. Leia os textos. TEXTO
1 Veja,
18 set. 1996. TEXTO 2 A dignidade da pessoa humana é afirmada como um valor absoluto pela civilização ocidental. A esse propósito, Kant escreveu que o ser humano merece ser respeitado, ou seja, nunca deve ser visto por um outro apenas como um meio de atingir seus próprios interesses, mas também como um fim. Com base na leitura desses textos, ARGUMENTE a favor de ou contra a seguinte afirmação: Vê-se,
a partir do exemplo da televisão brasileira, que os valores da
dignidade e do respeito ao ser humano são negados na prática.
Logo pode-se concluir que esses valores são ilusórios.
QUESTÃO
03 Texto 1
QUANTA Quanta do latim Plural de quantum Quando quase não há Quantidade que se medir Qualidade que se expressar Fragmento infinitésimo Quase que apenas mental Quantum granulado no mel Quantum ondulado do sal Mel de urânio, sal de rádio Qualquer coisa quase ideal Cântico dos cânticos Quântico dos quânticos Canto de louvor De amor ao vento Vento arte do ar Balançando o corpo da flor Levando o veleiro pro mar Vento de calor De pensamento em chamas Inspiração Arte de criar o saber Arte, descoberta, invenção Teoria em grego quer dizer O ser em contemplação Cântico dos cânticos Quântico dos quânticos Sei que a arte é irmã da ciência Ambas filhas de um Deus fugaz Que faz num momento e no mesmo momento desfaz Gilberto Gil Texto 2 Conhecimento científico é conhecimento provado. As teorias científicas são derivadas de maneira rigorosa da obtenção dos dados da experiência adquiridos por observação e experimento. A ciência é baseada no que podemos ver, ouvir, tocar, etc. Opiniões ou preferências pessoais e suposições especulativas não têm lugar na ciência. A ciência é objetiva. O conhecimento científico é conhecimento confiável porque é conhecimento provado objetivamente. Chalmers,
A. F. O que é a ciência afinal? São Paulo: Brasiliense,
1992. p. 23.
A
partir dessa leitura, COMPARE as concepções de ciência
expressas em cada um dos textos.
QUESTÃO 04 Leia o texto. Devemos submeter a experiência negativa a uma análise, com a finalidade de apurar o seu significado para o comportamento filosófico. Através de sua caracterização chegaremos a compreender que, através dela, e só através dela, pode o homem abandonar a postura dogmática, e aceder, conseqüentemente, à filosofia. Vale dizer que a experiência da negatividade é um momento do processo dialético que leva o homem a filosofar. Desta dialética, o primeiro momento é constituído pela afirmação dogmática do mundo; o segundo é a experiência da negatividade; e o terceiro, é o ato de assumir a filosofia como tarefa. BORNHEIM, G. Introdução ao filosofar. Porto Alegre: Globo, 1970. p.51. Esse texto refere-se a três momentos apontados pelo autor como constitutivos da descoberta do filosofar. EXPLIQUE
um desses momentos.
QUESTÃO 05 Leia o texto. Dos deuses nenhum filosofa, nem deseja tornar-se sábio, pois o é; nem se algum outro é sábio, não filosofa. Nem, por sua vez, os ignorantes filosofam ou desejam tornar-se sábios. Pois é isto mesmo que é difícil com relação à ignorância: aquele que não é nem belo nem bom nem sábio considera sê-lo o suficiente. Aquele que não se considera ser desprovido de algo não deseja aquilo de que não acredita precisar. PLATÃO. Banquete, 204A1-7. 1. Identifique as duas atitudes em relação à sabedoria descritas nesse texto. Atitude 1: Atitude 2: 2.
Descreva a atitude do filósofo em relação à
sabedoria expressa no Banquete.
QUESTÃO 06 Leia o texto. A natureza fez os homens tão iguais quanto às faculdades do corpo e do espírito [...] Desta igualdade quanto à capacidade deriva a igualdade quanto à esperança de atingirmos nossos fins. Portanto se dois homens desejam a mesma coisa, ao mesmo tempo que é impossível que ela seja gozada por ambos, eles se tornam inimigos. E no caminho para seu fim (que é principalmente a sua própria conservação, e às vezes apenas seu deleite) esforçam-se por se destruir ou subjugar um ao outro. [...]
Por outro lado, os homens não tiram prazer algum da companhia uns dos outros (e sim, ao contrário, um enorme desprazer), quando não existe um poder comum capaz de manter a todos em respeito. Porque cada um pretende que seu companheiro lhe atribua o mesmo valor que ele se atribui a si próprio [...]
Com isto se torna manifesto que, durante o tempo em que os homens vivem sem um poder comum capaz de os manter a todos em respeito, eles se encontram naquela condição a que se chama guerra; e uma guerra de todos os homens contra todos os homens. [...] Portanto tudo aquilo que é válido para um tempo de guerra, um tempo em que todo homem é inimigo de todo homem, o mesmo é válido também para o tempo durante o qual os homens vivem sem outra segurança senão a que lhes pode ser fornecida por sua própria força e sua própria invenção. Numa tal situação não há lugar para a indústria, pois seu fruto é incerto; conseqüentemente não há cultivo da terra, nem navegação [...]; não há conhecimento da face da Terra, nem cômputo do tempo, nem artes, nem letras; não há sociedade; e o que é pior do que tudo, um constante temor e perigo de morte violenta. E a vida do homem é solitária, pobre, sórdida, embrutecida e curta.
Desta guerra de todos os homens contra todos os homens também isto é conseqüência: que nada pode ser injusto. As noções de bem e de mal, de justiça ou de injustiça, não podem aí ter lugar. Onde não há poder comum não há lei, e onde não há lei não há injustiça. [...] É esta pois a miserável condição em que o homem realmente se encontra por obra da simples natureza. Hobbes, Thomas. O Leviatã. I,13. 1. IDENTIFIQUE e EXPLIQUE três características que, segundo o autor, definem a vida dos homens no "estado de natureza". Característica 1: Característica 2: Característica
3:
2
. EXPLIQUE por que, para o autor, a guerra de todos contra todos, no
"estado de natureza", não pode ser considerada injusta
ou má.
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